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SHARE OF LIFE: A revolução silenciosa dos supermercados brasileiros

Uma reflexão sobre a natureza da relação comercial dos supermercados


A adoção do conceito de Share of Life no setor de supermercados emerge como uma estratégia imperativa diante da evolução do comportamento do consumidor e das transformações digitais que redesenharam o varejo alimentar na última década.

A partir de uma abordagem reflexiva, é possível perceber que essa estratégia demanda uma mudança de paradigma: de um impacto baseado não apenas na presença física ou na oferta de produtos, é preciso ter uma participação ativa e contínua na rotina diária dos consumidores, transformando o supermercado em um verdadeiro ecossistema de soluções integradas.


A Convenção ABRAS 2025 trouxe como tema principal a visão do Share of Life ao enfatizar a necessidade de os supermercados se reinventarem, oferecendo experiências completas que vão além da venda de alimentos para incorporar serviços financeiros, saúde, entretenimento e conveniência.

Tal conceito é uma evolução natural do Customer Lifetime Value (CLV) promovido pelo professor V. Kumar (Georgia State University) e enfatizado por Tom Kilroy, sócio-líder global da McKinsey & Company.


Vocês já pararam para pensar em analisar a quantidade de açúcar, calorias, carboidratos e proteína presentes na cesta de produtos de uma família? É possível orientar uma mãe para ajudá-la a cuidar da saúde de sua família através de produtos substitutos, talvez até mais lucrativos?


Na prática, o supermercado do futuro atuará além de uma plataforma de marketplace; ele será similar aos super apps adotados por gigantes asiáticos como WeChat na China ou Gojek na Indonésia, que unem diversas funções — pagamentos, transporte, entregas, serviços financeiros — em um único ambiente digital integrado ao cotidiano do usuário, transformando o supermercado de vizinhança em um verdadeiro hub na comunidade, presente em múltiplos momentos de decisão e necessidades do shopper.

Essa estratégia reside na capacidade de criar uma cultura de fidelidade profunda, baseada na presença constante e na relevância do supermercado na vida do consumidor, não sendo apenas uma alternativa ocasional, mas sim um parceiro de sua rotina.


Essa estratégia valoriza cada vez mais a conveniência, a personalização e a integração de serviços, demandando que as redes supermercadistas estejam onde eles estão, quando deles precisam, reforçando a importância da construção da marca (branding).

Desta forma, é possível prever que as empresas líderes do setor evoluirão seus modelos de negócios, onde o crescimento não dependerá somente do aumento da revenda de produtos, mas da ampliação das arquiteturas de ecossistemas que capturam a "participação na vida" do cliente.


Nesse sentido, o Share of Life promoverá a transformação digital do setor através do engajamento digital, do uso de múltiplos canais e da criação de valor do cliente ao longo do tempo através da oferta de serviços complementares.

Para os supermercados brasileiros, essa transformação não é apenas uma tendência, mas sim uma necessidade estratégica que abrirá caminho para uma nova era de relevância e sustentabilidade, na qual o conceito "Share of Life" se tornará o eixo central de um futuro mais conectado, inovador e centrado no consumidor.

 
 
 

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